segunda-feira, 27 de julho de 2009

Augusto Chagas (novo presidente da UNE): Mídia na contramão


O tratamento dispensado por parte da chamada grande mídia às organizações do movimento social no Brasil sempre foi o da desqualificação, criminalização e combate aberto. Com a UNE a situação não é diferente, mas houve, no último período, uma elevação no tom maldoso e até inescrupuloso com o qual esses veículos têm tratado a entidade que representa os estudantes universitários brasileiros.
A UNE acaba de sair do seu 51º Congresso, um dos mais importantes e o mais representativo da sua história. Mais de 2.300 instituições de ensino superior elegeram representantes a este fórum, contabilizando as impressionantes marcas de 92% das instituições envolvidas, mais de 2 milhões de votos nas eleições de base e de 4 milhões e meio de universitários representados.
Nosso Congresso mobilizou estudantes de todo o país, que por cinco dias debateram o futuro do Brasil – a Popularização da Universidade, Reforma Política, Democratização da Mídia, Defesa do Pré-Sal, etc. Se a imprensa brasileira trabalhasse a favor da democracia, esses assuntos seriam manchete em todos os jornais, rádios e canais de televisão e a disposição da juventude em lutar por um país melhor seria divulgada.
No entanto, estes veículos nos dedicaram tratamento bem diferente nestas duas últimas semanas. Cumprindo com fidelidade o ensimanento de Goebbels – uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade – a mídia escandalosamente busca subterfúgios para atacar a UNE, taxando-a de governista, vendida, aparelhada e desvirtuada de seus objetivos. Com isso, tenta impor a todos os seus pontos de vista, sem qualquer mediação ou abertura para apresentar o outro lado da notícia.
Uma destas grosserias tem a ver com o recebimento de patrocínios de empresas públicas por parte da entidade. A UNE nunca recebeu recurso público para aplicá-lo no que bem entendesse. Recebe sim, e isto não se configura em nenhuma irregularidade, apoio para a construção de nossos encontros. Tampouco, estas parcerias comprometeram as posições políticas da entidade. Não nos impediu, por exemplo, de desenvolver uma ampla campanha – com cartazes, debates, passeatas e pronunciamentos – exigindo a demissão de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central, que foi indicado por este mesmo governo. Não nos furtamos de apresentar nossas críticas ao MEC por sua conivência ao setor privado da educação, como no caso do boicote que convocamos ao ENADE por dois anos consecutivos.
Mas, onde estavam os jornais, as TVs, rádios e revistas para noticiar essas manifestações? Reunimos, em julho de 2007, mais de 20 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios para pedir mudanças na política econômica do governo Lula e nenhuma nota foi publicada ou divulgada sobre isso.
Os mesmos jornais que se horrorizam com o fato de termos recebido recursos para reunir 10 mil estudantes de todo o Brasil não parecem incomodados em receberem, eles próprios, um montante considerável de verbas publicitárias do governo federal. Em 2008, as verbas públicas destinadas para as emissoras de televisão foram de R$ 641 milhões, já os jornais receberam quase R$ 135 milhões.
Ora, por qual razão os patrocínios recebidos pela UNE corrompem nossas ideias enquanto todo este recurso em nada arranha a independência destes veículos? A UNE desafia cada um deles: declarem que de hoje em diante não aceitam um centavo em dinheiro público e faremos o mesmo! De nossa parte temos a certeza que seguiremos nossa trajetória!
Com certeza não teremos resposta. Pois não é esta a questão principal. O que os incomoda e o que eles querem ocultar é a discussão sobre o futuro do Brasil e a opinião dos estudantes.
Não querem lembrar que durante a década de 90 os estudantes brasileiros – em jornadas ao lado das Centrais Sindicais, do MST e de outros movimentos sociais - saíram às ruas para denunciar as privatizações, o ataque ao direito dos trabalhadores e a ausência de políticas sociais. Que foram essas manifestações que impediram o governo Fernando Henrique Cardoso de privatizar as universidades públicas através da cobrança de mensalidades.
Não reconhecem que após a eleição do presidente Lula, a UNE manteve e ampliou suas reivindicações. Resultado delas, conquistamos a duplicação das vagas nas universidades públicas, o PROUNI e a inédita rubrica nacional para assistência estudantil, iniciando o enfrentamento ao modelo elitista de universidade predominante no Brasil. Insinuam que a UNE abriu mão de suas bandeiras históricas, mas esquecem que não há bandeira mais importante para a tradição da UNE do que a defesa de uma universidade que esteja a serviço do Brasil e da maioria do nosso povo!
Não se conformam com a democracia, com o fato de termos um governo oriundo dos movimentos sociais e que, por esta trajetória, está aberto a ouvir as reivindicações da sociedade.
A UNE não mudou de postura, o que mudou foi o governo e o Brasil e é isso que os conservadores e a mídia que está a serviço desses setores não admitem. Insistem em dizer que a UNE nasceu para ser ‘do contra’. Rude mentira que em nada nos desviará de nossa missão!
Saibam que estamos preparados para mais editoriais, artigos, comentários e tendenciosas ‘notícias’. Contra suas pretenções de uma sociedade apática, acrítica e sem poder de contestar os rumos que querem impor ao nosso país, eles enfrentarão a iniciativa criativa e mobilizadora dos estudantes na defesa de um novo Brasil. Há de chegar o dia em que teremos uma comunicação mais justa e equilibrada. A UNE e sua nova diretoria estão aqui, firmes e à disposição do verdadeiro debate de rumos para o Brasil!


* Artigo originalmente publicado no site da revista Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br)

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Bancada de MATO GROSSO DO SUL marca presença no 51° Congresso da UNE


Com muita irreverência e ousadia, a expressiva bancada de Mato Grosso do Sul chegou a Brasília na manhã de quarta – feira, dia 15, para participar do 51° Congresso da UNE, o congresso mais representativo da história. Depois de 19 horas de viagem, o cansaço não abateu a aguerrida galera do movimento “Da Unidade Vai Nascer a Novidade”, que ao passar pelos corredores da UNB, apelidados de ‘Minhocão’, chamava atenção pelas palavras de ordem e por levarem em mãos a guampa de tereré: “A unidade é guaicuru a novidade é mato grosso do sul.”
A bancada foi composta por delegados, suplentes e observadores das três universidades da capital, UNIDERP, FES, UFMS, e as IES do interior, UEMS e UFMS de Paranaíba, UNIGRAN e UEMS de Dourados, FINAV de Navirai, UFMS de Corumbá e UEMS de Amambaí, demonstrando assim, a representatividade que o estado de Mato Grosso do Sul teve pela primeira vez em um Congresso da UNE. Toda delegação totalizou em 75 universitários.
Na manhã de quinta-feira, dia 16, cerca de 3 mil estudantes, entre eles, a bancada de MS, aguardavam ansiosamente a chegada do presidente Lula no 1° Encontro Nacional dos Bolsistas do ProUNI, evento que integrava a programação do Congresso. Ao entrar, Lula foi ovacionado pelos estudantes que o saudavam com as palavras: “Lula guerreiro do povo brasileiro”. Uma das reivindicações dos estudantes, apresentadas ao presidente pela Lúcia Stumpf, presidente da UNE na gestão cessante, consiste na ampliação das vagas do ProUNI. Na ocasião, Gialyson Corrêa, militante da UJS/MS e delegado pela UNIDERP, onde é bolsista do ProUNI, concedeu uma entrevista que pode ser lida em portal vermelho: www.vermelho.org.br

Em seguida, todos seguiram em direção à catedral de Brasília para se juntar as centrais sindicais, movimentos sociais, petroleiros e professores na grandiosa passeata contra a CPI instalada no congresso, e em defesa da Petrobrás. Aproximadamente 10 mil pessoas participaram da caminhada. Para Waldely Vaneli, presidente da UJS/MS este é um momento histórico para a militância, “acredito que cada militante da UJS/MS após participar desse momento volta para sua casa, acreditando que através de mobilizações como essa, podemos mudar a realidade, fortalecendo a nossa luta cotidiana no Estado.”
Ao todo, 25 debates de diferentes temáticas integraram a programação do CONUNE. Francisco, mais conhecido como Kiko, estudante da UEMS de Amambaí e militante LGBTT, participou do grupo de discussão contra homofobia, e afirma que saiu da reunião decidido a seguir lutando, “eu olhava ao redor e percebia que tinha milhões de pessoas que pensam e lutam pelas mesmas causas que eu”, neste sentido, Kiko relata sobre o papel fundamental dos delegados no congresso, “não posso deixar de participar das atividades do CONUNE, estou aqui representando todos os universitários da unidade onde estudo”.

Os quatro dias em Brasília foram permeados por discussões, plenárias e reuniões na UNB, realizadas pelas várias forças políticas e grupos independentes que participaram do congresso. Ao contrário do que alguns poucos dizem, não sobrou tempo hábil para o ócio.
Na plenária final, a chapa defendida pela bancada sul-mato-grossenses, ficou com a maioria dos votos, elegendo Augusto Chagas com 72%, o novo presidente da UNE. Augusto é militante da UJS e ex- presidente da UEE/SP.

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terça-feira, 21 de julho de 2009

Estudantes do Prouni querem ampliação de vagas


Os 10 mil estudantes que vieram dos 29 estados brasileiros para o 51º Congresso Nacional da UNE encheram o Centro de Convenções Ulisses Guimarães, na manhã desta quinta-feira (16) para a abertura do 1º Encontro Nacional do Prouni que faz parte da programação do Congresso. Em meio aos muitos beneficiados do Prouni, encontramos Gialyson Corrêa (foto). Ele, a exemplo dos demais, defende a ampliação das vagas do Prouni.
Estudante de Jornalismo da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal) de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Gialyson, 18 anos, se sente privilegiado por ter conseguido uma vaga no ensino superior que, segundo ele, é monopólio da elite.
Com militância política desde o ensino médio, Gialyson critica o ensino que coloca o socialismo e Marx “em um cantinho da história”. “Eles (professores, currículo e toda a estrutura) querem enquadrar todos no modelo capitalista”, queixa-se.
A inclusão dos alunos pobres e negros na universidade vai dar uma nova cara ao ensino superior, acredita ele. A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, em seu discurso, confirma as palavras de Gialyson. Ela disse que o estudante pobre que vai fazer arquitetura está mais interessado em urbanizar a favela do que decoração de ambiente; enquanto o estudante de medicina quer fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde ) ao invés de atuar em Clínica de Estética.
A ampliação das vagas no Prouni é a luta dos estudantes. Apenas 12% da juventude brasileiro chega às universidades. Desse total, 80% estão nas universidades privadas. Gialyson engrossa o coro dos dirigentes estudantis quando diz que “estamos aqui lutando pelos outros 88% que não têm chance de cursar o ensino superior.
Ele elogia o Governo Lula, que criou o Prouni e o FIES (Programa de Financiamento Estudantil), garantindo inclusão dos mais pobres ao ensino superior, e o diálogo estabelecido pelo governo com o movimento estudantil. “Vai ter uma reforma, ele vai ouvir a gente”, acredita Gialyson.

De Brasília
Márcia Xavier

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Criação do Fórum Moreninhas Em Debate



Foi realizado na semana passada, dia 30, com a participação massiva da juventude e moradores da região a fundação do Fórum Moreninhas em Debate. A reunião aconteceu na sede da base do PCdoB no bairro. Estiverem presentes várias frente de juventude e lideranças comunitárias, como, o presidente estadual e municipal do PCdoB, Moacir de Abreu e Mario César, presidentes da base da UJS na região e do presidente municipal da UJS, Yuri Rodrigo e Wilson Osmar, presidenta do Grêmio da escola Waldemir Barros da Silva - maior escola da região - Anne Muriel, representante da JPT, Raoni, Coringa, liderança da moreninha 3, Tuica e Léo, lideranças da Cidade Morena, Aleixo Lárrea, liderança da Moreninha 2.
A criação do grupo vem da necessidade de discutir as carências da região das moreninhas, trazendo assim toda a população para o debate. O fórum não perdeu tempo. Em sua criação uma das pautas mais debatidas foi o toque de recolher, neste sentido, foi agendada uma atividade para dia 31 de Julho na escola Waldemir Barros da Silva no intuito de discutir junto com os alunos essa medida inconstitucional e fascista do toque de recolher. O delegado que propôs a medida é da região e será convidado à ouvir a juventude.
Para Wilson Osmar a criação do fórum significa um grande salto, “ agora podemos discutir de igual pra igual, com aqueles que estão lá para nos representar, estamos nos organizando para deixarmos de ser coadjuvantes de nossa história e nossa realidade.” Relata Wilson.
A União da Juventude Socialista apoia e participará com toda a força desse movimento, estaremos na luta por um bairro melhor, com dignidade para todos que aqui habitam e para que daqui comecemos a exportar essa idéia para toda região da cidade, estado e nosso país.


Até a vitória sempre
Saudações socialistas

Por Wilson Osmar, presidente municipal da UJS

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